Venda de cerveja da Ambev fica abaixo do esperado

Mercado esperava alta de 4%, mas resultado mostrou aumento de vendas em 0,9% 

Suzana Inhesta, da Agência Estado
SÃO PAULO - O volume de cervejas da Ambev vendidas no Brasil no quarto trimestre ficou aquém do esperado pelo mercado. Analistas de seis bancos e corretoras consultados pela Agência Estado (Ágora, Barclays Capital, Deutsche Bank, Fator Corretora, HSBC e Santander Corretora) aguardavam, em média, um crescimento de 4% no período. O reportado pela companhia, entretanto foi de avanço de 0,9%, passando de 24,562 milhões de hectolitros para 24,776 milhões de hectolitros.
A Ambev justifica o resultado pela expansão menor da indústria no País no período e uma perda de 0,70 ponto porcentual na participação de mercado, após o reajuste de preços dos produtos. Segundo a empresa, a participação média no mercado nacional de cervejas foi de 69% no ano, a segunda maior média dos últimos 10 anos.
Por conta do aumento de preços e também pelo maior peso da distribuição direta, a receita líquida do negócio Cerveja Brasil avançou 10,7%, para R$ 4,881 bilhões ante R$ 4,410 bilhões do quarto trimestre de 2010. O Ebitda normalizado da unidade foi de R$ 2,832 bilhões, avanço de 20,9%, com margem de 58%, 4,9 pontos porcentuais acima de 53,1% do mesmo período de 2010.
A receita líquida (ROL) por hectolitro aumentou 9,7%, para R$ 197. O Custo do Produto Vendido (CPV) recuou 4,5%, para R$ 1,256 bilhão e o CPV por hectolitro diminuiu 5,3%, para R$ 50,70, devido ao menor gasto com importação de latas.
Já em refrigerantes e bebidas não alcoólicas, houve queda de 0,7% em volume, passando de 8,736 milhões de hectolitros para 8,676 milhões de hectolitros. A receita líquida subiu 3,2%, para R$ 892,2 milhões e a ROL por hectolitro ficou em R$ 102,80, alta de 3,9%. O CPV ficou estável em R$ 357,8 milhões, com leve alta (+0,7%) no CPV por hectolitro, para R$ 41,20. O Ebitda normalizado totalizou R$ 497,6 milhões, alta de 2,9%, com margem de 55,8%, recuo de 0,2 ponto porcentual. Segundo a empresa, a média de participação de mercado em refrigerantes no Brasil em 2011 foi de 18%, recorde histórico.
No total da operação Brasil, o volume vendido no Brasil subiu 0,5%, para 33,453 milhões de hectolitros, enquanto a receita líquida avançou 9,5%, para R$ 5,773 bilhões. O Ebitda normalizado teve alta de 17,8%, para R$ 3,330 bilhões, com margem de 57,7%, 4,1 p.p. a mais do que a do quarto trimestre de 2010. O ROL por hectolitro ficou em R$ 172,60, alta de 8,9%, enquanto o CPV, recuou 3,5% e o CPV por hectolitro diminuiu 4%.
Ano
No ano, o volume vendido no Brasil teve leve alta de 0,2%, para 113,960 milhões de hectolitros vendidos, ao mesmo tempo em que a receita líquida aumentou 8,6%, para R$ 18,616 milhões. O Ebitda normalizado subiu 13,7%, para R$ 9,650 bilhões, com margem de 51,8%.
"No geral, após dois anos de forte crescimento de volume, em 2011 alcançamos um crescimento de dois dígitos de Ebitda apesar de uma indústria mais fraca. Também obtivemos uma significativa expansão de margem devido à implementação com sucesso de nossa estratégia de preços combinada com uma melhor gestão de custos em nossas operações, resultando em crescimento abaixo da inflação no CPV por hectolitro e no SG&A (despesas gerais e administrativas)", afirmou o presidente da Ambev, em release de resultados. Ele ressaltou ainda que a Stella Artois avançou 215% no ano, que a Antarctica Sub Zero e Skol 360 apresentaram forte crescimento e a empresa atingiu novo recorde histórico nos indicadores de preferência por marcas de cerveja no Brasil.
Em cervejas, houve leve avanço de 0,1% no volume, totalizando 84,597 milhões de hectolitros vendidos e 9,7% em receita, para R$ 15,667 bilhões. O Ebitda normalizado subiu 15,4%, para R$ 8,216 bilhões, com margem de 52,4%, 2,6 p.p. superior ao de 2010. O ROL por hectolitro ficou em R$ 185,20, aumento de 9,6%, enquanto o CPV passou para R$ 4,396 bilhões (+5,5%) e o CPV por hectolitro, R$ 52 (+5,4%).
O volume comercializado de refrigerantes e bebidas não alcoólicas no ano passado subiu 0,4%, para 29,362 milhões de hectolitros e a receita subiu 2,9%, para R$ 2,949 bilhões. O Ebitda normalizado avançou 4,7%, para R$ 1,434 bilhão, com margem de 48,6%, 0,8 p.p. superior ao de 2010. O ROL por hectolitro ficou em R$ 100,40, aumento de 2,5%, enquanto o CPV passou para R$ 1,283 bilhão (+2,4%) e o CPV por hectolitro, R$ 43,70 (+2%).

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