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Feliz Natal e um Ano Novo repleto de realizações


Evento estimula ampliação do comércio entre SC e Bélgica

A FIESC, a Embaixada da Bélgica no Brasil e a Belgalux, agência belga de promoção das exportações, realizaram, na segunda-feira (12), o Belgian Day, encontro que teve o objetivo de aumentar os negócios catarinenses com aquele país europeu. Os participantes puderam conhecer as oportunidades mútuas de negócios, parcerias e investimentos. O evento foi realizado em Florianópolis na sede da Federação das Indústrias.

"Santa Catarina se destaca em indicadores socioeconômicos relevantes, com a menor taxa de desemprego do país em 2015, o 4º maior PIB per capita em 2013 e o 3º maior IDH em 2010", afirmou o vice-presidente da FIESC para a região Sudeste, Tito Alfredo Schmitt. Ele também citou estudos que colocam o Estado catarinense como o quarto no Brasil em infraestrutura e o terceiro em inovação.

O embaixador belga no Brasil, Dirk Loncke, disse que seu trabalho tem sido focado no desenvolvimento de comércio e da economia de maneira geral. "Temos que construir pontes entre Santa Catarina e a Bélgica", salientou. Ele também destacou como fatores preocupantes para a União Europeia os impactos da saída do Reino Unido da comunidade econômica (o Brexit) e as medidas que podem ser adotadas pelo futuro presidente americano, Donald Trump.

O evento ainda contou com a exposição de instituições e empresas belgas sobre as potencialidades de comércio e turismo. Stefano Missir di Lusignano, conselheiro econômico e comercial da Brussels Invest & Export, salientou que na capital belga, Buxelas, residem pessoas de todos os países da União Europeia e, por isso, a cidade se tornou um importante laboratório de mercado, onde inúmeras indústrias testam produtos que desejam lançar nos demais países do continente. Ricardo Sproesser, representante do Porto de Antuérpia, um dos maiores da Europa, localizado na Bélgica, salientou que o Brasil já é o sexto parceiro comercial daquele porto.

Conforme o diretor de desenvolvimento institucional e industrial da FIESC, Carlos Henrique Ramos Fonseca, Santa Catarina responde 4% das exportações brasileiras, sendo o 8º maior exportador entre os Estados do país. Responde também por 7,5% das importações nacionais, constituindo-se o 4º maior importador. Fonseca destacou que Santa Catarina importa principalmente insumos industriais.

De janeiro a novembro deste ano, a Bélgica foi o 14º maior mercado de produtos catarinenses no exterior e o 22º maior exportador para o território catarinense. Nos últimos anos, a corrente de comércio de Santa Catarina para o país europeu superou 180 milhões de dólares. O principal produto é tabaco, que ultrapassou 118 milhões de dólares no ano passado. Por outro lado, as exportações belgas para o Estado catarinense têm sido de mais de 80 milhões de dólares por ano, sendo batatas preparadas ou conservadas o principal item, com 20,8 milhões de dólares em 2015.












Encontro entre empresários catarinenses e belgas foi realizado nesta segunda-feira (12) na FIESC. Foto: Filipe Scotti

Corrupção altera leis de mercado e prejudica empresas honestas



Érika Marena entende que a corrupção gera três vítimas principais: a democracia, o mercado e os cofres públicos (Foto Marcos Quint)
A corrupção modifica artificialmente o mercado, ao beneficiar empresas que adotam práticas ilícitas ou condutas antiéticas e ao prejudicar as que optam pela honestidade. A afirmação, em linha com o pensamento do presidente da FIESC, Glauco José Côrte, foi feita pela delegada da Polícia Federal em Santa Catarina Érika Mialik Marena, durante o Seminário Compliance e Direito Digital, realizado na quinta (8) pela FIESC, em parceria com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SC). 




"A dinâmica da economia que deveria ser ditada por fatores como empreendedorismo, oferta e procura, competência na gestão empresarial, muitas vezes é influenciada por fatores de sucesso artificialmente criados pela corrupção", destacou a delegada, que também atuou na Lava Jato.

"Compliance e direito digital estão assumindo espaços de relevante importância no cenário político, econômico e ético do País, envolvendo indústrias, empresas em geral, setor público, órgãos de controle e toda a sociedade brasileira", destacou o presidente da FIESC, Glauco José Côrte. O empresário lembrou que a Federação das Indústrias de Santa Catarina colocou em vigor um código de conduta, que reforça os objetivos do Pacto Empresarial pela Integridade e contra a Corrupção, com princípios de respeito e transparência às pessoas, aos negócios e ao meio ambiente. "As empresas signatárias do Pacto comprometem-se a elaborar e aprovar códigos de conduta que expressem, de maneira inequívoca, as políticas adotadas em relação a sistemas de integridade e combate à corrupção", explicou.

"Grupos empresariais podem ser fortalecidos em contratos com o poder público, massacrando empresas menores da mesma área que optam por não pagar propina; ou então organizações que optam pela honestidade são simplesmente catapultadas no mercado por que não aderem a um esquema de cartelização ou de pagamento de propina", afirmou Érika. Ela entende que "a corrupção faz com o mercado seja artificialmente moldado pelo conluio, pelo acerto, entre empresas e funcionários públicos ou agentes políticos corruptos". Assim, ela constata que "os privilégios não são necessariamente apenas um contrato com o poder público, mas podemos pensar em concessão de subsídios, obtenção de empréstimos em bancos estatais, alteração de algum dispositivo legal que regulamente determinada área, recebimento de investimentos de um fundo de pensão estatal", afirmou.

Érika Marena destacou que a corrupção aumenta a desigualdade social e, além do mercado, atinge também a democracia e os cofres públicos. Ela compreende que uma eleição estará viciada se os candidatos usarem recursos indevidos, como caixa dois. Na sua opinião, a possibilidade de mudanças efetivas está nas mãos de cada cidadão, que não deve mais "tolerar essa cultura de punição e impunidade que existe no Brasil". Ela observa, entretanto, que é necessária uma mudança cultural e que as pessoas devem adotar posturas éticas nos pequenos atos de seu dia a dia. "A Lava Jato tomou uma proporção inimaginável, mas depende de cada um de nós exigir um serviço público eficiente, um gasto eficiente do dinheiro", assegurou.

Para o presidente da OAB/SC, Paulo Marcondes Brincas, o Brasil está mudando, rápida e profundamente. No seu entendimento, "o ambiente de negócios [no País] sempre foi marcado por uma interdependência do Estado com a atividade privada; a promiscuidade do que é público e do que é privado sempre foi uma marca, quase que cultural, no nosso ambiente de negócios". Por isso, ele considera que "o que tem ocorrido no Brasil nos últimos tempos mostra o quanto isto está por acabar; cabe a cada um de nós pensar de que forma vamos reconstruir o país".

Brincas destacou a contribuição da Federação das Indústrias ao desenvolvimento de Santa Catarina. "Quero cumprimentar a FIESC pela importância do seu trabalho para o Estado e para a população catarinense", disse. "Este evento é apenas mais um exemplo dessa contribuição e quero que todos saibam do reconhecimento, admiração e respeito de toda a sociedade catarinense, em particular da OAB, em relação a esse extraordinário trabalho realizado pela FIESC", disse.

Bill Gates une-se a investidores bilionários e lança fundo para investir em energia limpa

Bill Gates está liderando a criação de um fundo de investimentos de mais de um US$ 1 bilhão para fomentar a inovação no setor de energia limpa e combater as mudanças climáticas.
O cofundador da Microsoft, juntamente com um time de astros do mundo dos negócios, anunciou nesta terça-feira (dia 13) a criação do Breakthrough Energy Ventures (BEV), que deve começar a atuar em 2017. Com duração prevista de 20 anos, o fundo visa a investir no aproveitamento comercial de novas tecnologias que reduzam emissões de gases de efeito estufa em setores como geração e armazenamento de eletricidade, transporte, processos industriais, agricultura e eficiência de sistemas energéticos.
“Estamos abertos a tudo que contribua para a obtenção de energia limpa, barata e viável” Bill Gates
Gates assumiu a presidência do BEV e já antecipou estar ativamente envolvido na concretização do projeto.
O conselho diretor do BEV contará com: Jack Ma, fundador do Alibaba; Mukesh Ambani, presidente da Reliance Industries; os investidores de risco John Doerr e Vinod Khosla; John Arnold, ex-gestor de um hedge fund de energia; e Hasso Plattner, cofundador da SAP. Somadas, as fortunas dos membros da diretoria chegam a quase US$ 170 bilhões, segundo estimativas de patrimônio pessoal divulgadas por Bloomberg e Forbes.
No ano passado, Gates havia anunciado a intenção de investir pessoalmente mais de US$ 1 bilhão em tecnologias para geração de energia limpa. Ele também estava entre os 28 indivíduos e famílias afluentes que subscreveram o Breakthrough Energy Coalition, grupo que se comprometeu a fazer investimentos neste setor. O novo fundo, do qual vários deles fazem parte, é um passo concreto na direção de efetivamente desembolsar o capital.
Gates se diz surpreso com o fato de haver pouca discussão sobre inovações tecnológicas para solucionar o problema da mudança climática, uma vez que novos progressos com energia limpa poderiam limitar possíveis desvantagens econômicas decorrentes da substituição de combustíveis fósseis emissores de carbono. “Isso tudo se dá dentro da mecânica normal do mercado, à medida que se substitui fontes de energia por novos métodos”, explica o fundador da Microsoft. 
"A expectativa é que o tamanho inicial do fundo seja incrementado com a entrada de novos investidores, e é possível que a Breakthrough Energy Ventures lance recursos adicionais no futuro"
Recentemente, porém, muitos dos que apostaram neste mercado acabaram amargando prejuízos. Um estudo estima que no período entre 2006 e 2011, as firmas de capital de risco investiram acima de US$ 25 bilhões em tecnologias de energia limpa e perderam mais da metade desse dinheiro. Isso acabou limitando o investimento institucional na área, um malogro que Gates e seus colegas investidores acreditam poder ser revertido mediante vultosos investimentos privados de longo prazo.
Gates reconhece que investir em energia é mais complicado do que investir em tecnologia da informação: “As pessoas acham você pode simplesmente botar US$ 50 milhões lá, esperar dois anos e ver os resultados. Nesta mundo da energia não é assim que as coisas funcionam”.
Ele acrescenta, porém, que este é um campo de investimento pouco explorado. “É um mercado tão grande que o retorno, caso você de fato forneça uma fatia importante da energia mundial, o retorno disso será enorme, enormemente grande.” Pelas estimativas do BEV, o mercado global de energia corresponde a US$ 6 trilhões, com a demanda energética devendo crescer em um terço até 2040.
A iniciativa do BEV casa bem com o entusiástico interesse de Gates por pesquisas científicas e sua experiência com investimentos em tecnologia energética. O empresário realizou extensos investimentos em diversas empresas do setor ao longo dos anos, como a start-up de energia nuclear TerraPower, que ajudou a lançar e da qual é presidente. A promessa recente de investir US$ 1 bilhão inclui investimentos feitos subsequentemente, além deste fundo e outras apostas futuras.
Numa primeira fase, os recursos do BEV devem se concentrar em tecnologias para armazenamento de energia, já que métodos de armazenamento mais baratos e eficientes podem propiciar maior sustentação para fontes de energia limpa intermitentes, como a solar e a eólica. 
"Uma das teses que movem o fundo é a de que somente os governos dispõem de recursos para investir em pesquisa de base na escala necessária para se alcançar saltos tecnológicos, por meio de laboratórios estatais e concessão de verbas de pesquisa para universidades".
A alocação de verbas públicas nas áreas de tecnologia para baterias e materiais para geração de energia solar, por exemplo, forneceu um importante impulso para essas áreas, possibilitando que num estágio posterior o setor privado investisse no uso comercial dessas tecnologias.
“É preciso investimento para que essas coisas não fiquem confinadas aos laboratórios acadêmicos de Stanford, Berkeley ou do MIT, por exemplo, entre tantos outros lugares. Eles estão fazendo muita pesquisa”, afirma Arun Majumdar, professor da Universidade de Stanford que atuou como subsecretário de Energia dos Estados Unidos e está prestando consultoria ao BEV.
No ano passado, Gates anunciou uma iniciativa chamada Mission Innovation, que prevê que 22 países mais a União Européia dupliquem investimentos em pesquisa voltada para energias limpas nos próximos cinco anos. Os Estados Unidos são um dos países signatários da iniciativa, mas o presidente eleito Donald Trump e seus indicados são manifestamente céticos quanto às mudanças climáticas, o que põe em dúvida se esses investimentos serão mesmo realizados.
“O diálogo com o novo governo, em relação a como eles encaram as pesquisas no setor energético, será importante”, diz Gates. “Felizmente, a ideia de que pesquisa é um bom negócio transcende divisões partidárias”. 

O maior grupo de investidores bilionários já reunido?

Gates e seus parceiros reuniram-se pela primeira vez em agosto, por dois dias, no hotel Four Seasons de Seattle. O evento contou com palestras de Jack Ma e Hasson Plattner, e foram decididas as diretrizes do fundo. Um dos tópicos discutidos, segundo John Arnold, foi se é possível contar com uma boa malha de empresas para sustentar o projeto, e em quanto tempo os investimentos poderiam começar.
“O fato de sermos um fundo de capital paciente, com 20 anos de prazo e sem a necessidade de ganhos imediatos, permite que tenhamos uma perspectiva mais ampla e possamos financiar tecnologias que não se adequam ao modelo tradicional de investimento de risco que temos atualmente”, diz Arnold.
A lista com os nomes dos 20 investidores iniciais do fundo é ainda mais abrangente como catálogo dos ricos e poderosos do mundo, contando com o Príncipe Alwaleed bin Talal, da Kindom Holding; Jeff Bezos, da Amazon; Richard Branson, da Virgin; Ray Dalio, da Bridgewater Associates; Patrice Motsepe, da African Rainbow Minerals; Xaviel Niel, do Iliad Group; Masayoshi Son, do SoftBank; além de Zhang Xin e Pan Shiyi, da Soho China.
No momento, os diretores estão recrutando uma equipe de gestores para o fundo, cujo núcleo Gates espera que seja definido dentro de no máximo três meses.
O fundo não cobrará tarifas administrativas para além dos custos operacionais, e provavelmente começará com uma sede temporária no coração do setor de investimentos de risco nos Estados Unidos: Sand Hill Road, em Menlo Park, Califórnia. A expectativa é que o tamanho inicial do fundo seja incrementado com a entrada de novos investidores, e é possível que a Breakthrough Energy Ventures lance recursos adicionais no futuro.
Segundo Gates, o sucesso do empreendimento depende da angariação de um capital bem maior do que o US$ 1 bilhão injetado no fundo. O empresário pretende tratar pessoalmente com empresas de energia e outros potenciais parceiros estratégicos para convencê-los a investir e criar as condições estruturais para avanços tecnológicos promissores.
Kevin J. Delaney

Os principais hábitos do sucesso

Considero ter construído uma carreira bem-sucedida. Anotei e, agora, divido com vocês o que considero os principais hábitos que suportaram minha carreira e me socorreram nas horas difíceis:
APRENDER COM A EQUIPE
Meus colaboradores, subordinados diretos, foram sempre considerados meus professores.

AUTODIDATA
Sempre pesquisei o que não  dominava.
AMIGOS COM AUTORIDADE
Cultivei amigos na empresa, sem que isso prejudicasse a minha autoridade.
PLANEJAMENTO
Estabelecer meu norte sempre foi meu guia.
AO LADO DOS COMPETENTES
Procurei me cercar de pessoas competentes, sem medo de ser superado.
MUDAR É PRECISO
Nunca confrontei a cultura da empresa, mas sempre procurei demonstrar, por meio de argumentos sólidos, a necessidade de mudar.
DIÁLOGO FRANCO
Críticas, advertência e elogios sempre frente a frente com o colaborador.
APRENDER COM O DESEMPENHO
Avaliação de desempenho é um instrumento de aprendizado.
DE BEM COM A VIDA
Sempre fui feliz no trabalho, pois o contrário é insuportável.
TEMPOS DE PAZ
Jamais guardei rancor – este é um sentimento destrutivo.
CONQUISTAS COMPARTILHADAS
Quando era promovido, dividia a felicidade com meu grupo, afinal de contas devia a eles, em grande parte, o sucesso da minha trajetória.
DESEMPENHO DESTACADO
Ressaltei sempre o trabalho individual frente ao grupo.
VIDA PRIVADA
O respeito deve ser total pela vida privada dos meus colaboradores.
CURIOSIDADE SEMPRE
Procurei sempre, de forma incessante, o conhecimento.
NÃO SEI
Respondia às perguntas quando tinha certeza da resposta. Caso contrário, dizia “não sei”. Não é vergonha não saber.
PORTAS ABERTAS
Minhas portas estavam sempre abertas: a agenda não era a prioridade, mas as pessoas, sim.
CERTOS ERROS
Admitia o erro como forma de aprendizado, mas procurava orientar e corrigir as origens das falhas.
ABERTO ÀS CRÍTICAS
Estava aberto às críticas do meu modo de gestão. Às vezes, não gostava do que ouvia, mas procurava reavaliar o meu comportamento.
PRIORIDADES
Na minha lista de prioridades estão a ética, a transparência, as atitudes de apoio em momentos difíceis e a advertência na hora certa.
Cometi erros e falhei, mas o conjunto desses hábitos sempre veio em meu socorro e se tornou a base do que denomino uma carreira bem-sucedida.

Produtores de etanol propõem ao governo mandatos inspirados nos EUA

Os produtores de etanol do Brasil apresentaram ao governo federal propostas que estimulem e deem mais previsibilidade ao setor, entre elas diferenciais tributários e o estabelecimento de mandatos para o uso do biocombustível baseados em limites de emissões de gases, em um modelo inspirado no padrão dos Estados Unidos.
Segundo a presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Elizabeth Farina, entre as propostas que serão debatidas com o governo nos próximos 60 dias está o estabelecimento de mandatos de longo prazo para o setor, cujas metas seriam definidas com base nas emissões de gases de efeito estufa (GEEs) e na intensidade carbônica dos diferentes combustíveis utilizados nos motores de veículos leves (Ciclo Otto), e que seriam reduzidas ano a ano.
Ela explicou que, pelo modelo proposto pelas empresas no âmbito do programa de longo prazo RenovaBio lançado nesta terça-feira, os agentes teriam metas individuais, não podendo ultrapassar o volume de emissões definido pelo governo.
"Ou seja, as distribuidoras terão que, gradativamente, ampliar a participação do etanol em relação à gasolina, de forma a cumprir suas metas anuais. As que ficarem aquém do teto de emissões, poderão vender certificados para aquelas que ultrapassarem o teto. Dessa forma, o próprio mercado de certificados pode contribuir no ajuste das empresas obrigadas pelo mandato", afirmou Farina, ressaltando que o modelo foi inspirado no padrão dos Estados Unidos, hoje os maiores produtores globais de etanol.
O plano, que surge após o setor ter sido afetado por anos de políticas públicas prejudiciais ao etanol, como o controle de preços de combustíveis, ajudaria a manter a previsibilidade na demanda do biocombustível e o papel na matriz energética de combustíveis renováveis, que geram menos emissões do que os combustíveis fósseis.
"Como você teria um limite de emissões, no fundo você gera mais competitividade para os combustíveis limpos", disse a dirigente da Unica, que participou de reunião com o presidente Michel Temer, nesta terça-feira.
"Na proposta que trouxemos, essa vinculação é com as emissões para a redução que o Brasil se comprometeu a atingir até 2030", completou.
O setor também voltou a defender um diferencial tributário para o etanol.
"No que diz respeito ao nosso setor, queremos discutir o que o mundo já discute, que é a questão de diferenciais tributários, que estimulem a produção de energia limpa e renovável. O mundo caminha nessa direção", disse o presidente do Fórum Nacional Sucroenergético, André Rocha, que também participou da reunião no Palácio do Planalto.
Os representantes do setor disseram que as propostas serão debatidas com o governo pelos próximos 60 dias, para depois, serem submetidos a uma consulta pública.
A reunião com Temer ocorreu logo após o lançamento oficial do programa RenovaBio, iniciativa que visa traçar políticas de longo prazo para o setor de biocombustíveis.
Leonardo Goy

Empreender é construir. O que você está construindo?

Diferente do sentido que encontro no dicionário (que destaca a decisão de realização e classifica a tarefa como trabalhosa), para mim empreender é construir. E aí me agrada o sentido de “criar (algo), juntando materiais variados em determinada forma, seguindo determinado projeto”. Fazemos isso na empresa em que trabalhamos ou em um novo negócio que criamos.
Todas derivações de ‘construir’ tiradas do dicionário Houaiss me agradam também: erguer com materiais duradouros, edificar, fabricar, produzir e ocupar espaço. Ou por derivação, fazer um trabalho de criação mental, elaborar, formar passo a passo, de degrau em degrau, preparar ou inventar.
Se empreender é construir, precisamos de uma base, de estudo, de projeto, de planejamento, de materiais, de formação e execução. Daí também tiramos a importância de analisar a adequação do projeto e avaliar as condições de sustentabilidade em interação com o meio ambiente (natural, social e de negócios).
Se empreender é construir, a decisão nasce bem antes do ato de ‘empreender’ (no sentido de tomar a decisão para realizar a tarefa empreendedora). Nasce agora, enquanto você estuda e realiza sua formação profissional, durante sua carreira com carteira assinada, nos seus relacionamentos cotidianos, nos projetos que desenvolve e nas entidades que frequenta.
O comportamento dos empresários brasileiros mudou. Atualmente, os donos de micro e pequenas empresas estão buscando conhecimento para iniciar e gerenciar negócios. Quanto mais informação, mais competitiva será a empresa. Isso é o que mostra a Pesquisa internacional Global Entrepreneurship Monitor (GEM) – veja link abaixo.
Essa visão de preparação para a construção nos ajuda a ver a o comportamento empreendedor no cotidiano. As empresas, cada vez mais, esperam profissionais empreendedores. Nesse caso, o que você está construindo?
Pense as seguintes questões seja na construção de sua carreira dentro da empresa, seja para abrir um novo negócio:
Como, pessoalmente, está planejando o desenvolvimento dessa carreira? Não esqueça que o departamento de treinamento e desenvolvimento da empresa não é responsável pelo seu desenvolvimento, mas você mesmo é o agente desse processo.
Cuidou de preparar a base? Bons empreendimentos não nascem apenas da coragem, da iniciativa e das boas intenções.
Já tem um projeto? Vai começar pelo telhado, pela janela ou pelas fundações? Em qual estágio desse projeto você está?
Quais são os pilares dessa construção? O material é firme e de boa qualidade?
Analisou o ambiente? Quais são as oportunidades e os riscos? O projeto se sustenta no longo prazo? Como está a sua rede de relacionamento?
Quando vai lançar seu projeto? Decidir envolve riscos, exposição e reação. Não espere que o mundo vá te abrir passagem. esteja preparado para ganhar e perder batalhas, mas fique de olho na realização do objetivo maior.
Do post anterior A carreira é uma escolha previsivelmente irracional?, não se esqueça “quantas vezes você achou que tomou a decisão certa, mas sem ter uma base racional para saber se de fato estava certo? Entender como somos previsivelmente irracionais é o ponto de partida para melhorar nossas decisões e mudar nossas vidas para melhor, nos ensina o economista e psicólogo americano Dan Ariely.
Para quem já está na estrada do empreendedorismo e se interessa pelo tema:
Pesquisa GEM: dados estratégicos sobre empreendedorismo no Brasil e no mundo
Realizada anualmente, a pesquisa mede a evolução do empreendedorismo no Brasil e em outros países, permitindo a identificação de fatores críticos que contribuem ou inibem a iniciativa empreendedora.
Carlos Faccina

Brasil tem meta de triplicar produção de biocombustíveis até 2030

O Brasil trabalha em um plano que deverá traçar uma meta inicial de triplicar a produção de biocombustíveis do país até 2030, afirmou à Reuters uma fonte com conhecimento do assunto nesta quinta-feira.
A expectativa é que a iniciativa, que vem sendo chamada de RenovaBio, ajude o país a chegar a 2030 com uma produção de aproximadamente 100 bilhões de litros de biocombustíveis por ano, adiantou a fonte, sob a condição de anonimato porque o plano ainda não é público.
A meta é válida para etanol, biodiesel e biocombustíveis em geral. Em 2030 os números já consideram o país produzindo maior volume também de biogás e bioquerosene para aviação, cuja oferta local é hoje praticamente nula.
"Será uma revolução no setor", disse a fonte, que adiantou que o plano deverá focar principalmente uma agenda microeconômica para alavancar investimentos e emprego na área de biocombustíveis.
Na segunda-feira, autoridades do Ministério de Minas e Energia afirmaram que o plano RenovaBio será apresentado aos agentes do setor de biocombustíveis em uma reunião agendada para 13 de dezembro na sede da pasta.
O cronograma do governo prevê a abertura de uma audiência pública sobre o plano em 2017.
A ideia é que após esse processo de consulta o RenovaBio seja submetido a apreciação do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que reúne autoridades federais do setor de energia, em meados do ano que vem.

nota novaCana: A expectativa de produzir 100 bilhões de litros de biocombustíveis apresentada pela fonte da Reuters soa como um exagero, uma vez que a previsão mais otimista do governo para que o etanol atinga as metas da COP21 são de 54 bilhões de litros. Já o setor de biodiesel espera alcançar uma produção de 18 bilhões de litros até 2030. Como não existe outro biocombustível capaz de alcançar escala no pipeline, a expectativa é de uma produção em torno de 72 bilhões de litros. Um desafio significativo, mas distante de 100 bilhões de litros.
Luciano Costa

Em carreira, não confunda rota com alvo

Uma das missões mais importantes para o sucesso de um projeto de carreira é a adequação da definição do alvo. Ter clareza nessa elaboração e definição apoiará todo o processo de tomada de decisões que serão exigidas nas várias fases de construção.
Depois de bem definido, é fundamental ter determinação em atingi-lo. Hesitação pode deslocar energia importante e afastar o profissional dos seus objetivos. Mas coerência com o alvo não significa rigidez com a rota definida para alcançá-lo.
É preciso saber enfrentar os obstáculos que surgem para recuar, contornar ou superar ocorrências que são naturais. O caminho não é uma linha reta. Uma demissão nessa jornada é um tombo doloroso que pode nos tirar o foco. Mas oportunidades podem ser perdidas por uma fixação num único caminho. Também somos levados a empreender como opção profissional, frente a uma adversidade, mas sem preparo nenhum.
Se o alvo é um só, as rotas são estratégias. Então é bom conhecer bem seu alvo.
Somos levados a definir uma profissão muito cedo, na fase vestibular, com 18 a 20 anos. Nem sempre temos a maturidade suficiente para tomar uma decisão tão importante. Muitas vezes, já na fase dos 25 a 30 anos, o profissional opta por novas faculdades ou cursos de especialização que buscam um realinhamento com a própria vocação.
Mirar cargos ou empresas pode representar riscos ao considerar que o funil é natural nesses processos, mas ousar e se desafiar pode ser uma excelente mola propulsora. Confiança é combustível que acelera a aproximação ao alvo, mas que eleva em muito o nível de frustração em caso de surgir algum revés.
Procure estabelecer uma visão de futuro que envolva realização profissional e objetivos de construção de patrimônio, combinados com valores pessoais e familiares. Qualidade de vida, saúde e bons relacionamentos são fatores que devem compor essa mira. O alvo que nasce dessa reflexão é imbatível.
Em Como um principiante aos 40 anos de carreira, destaquei que a minha rota envolveu novos desafios em experiências reveladoras. Transitei entre a carreira acadêmica e corporativa, levando de um lado para o outro o que de melhor pude colher. Tive a rara oportunidade de conviver, aprender e contribuir com três setores da sociedade: a empresa, a universidade e o terceiro setor. Hoje me dedico à educação gerencial.
No post, Sua carreira precisa de um painel de controle, reforço a importância de estabelecer indicadores considerando elementos básicos de carreira (como formação, experiência e remuneração) em cruzamento com elementos individuais de análise (idade, estado civil, expectativa e patrimônio, entre outros). A rota desenhada deve levar em conta uma apurada autoanálise e ser colocada de acordo com as condições ambientais que definem as oportunidades e riscos do cenário em sua volta.
Como na condução de um avião até um destino seguro, sua carreira mira um alvo e deverá receber as ações necessárias para levá-lo até lá.
Boa viagem.
Carlos Faccina


Seis características do falso líder

A década dos 2000 e esta caracterizam-se pela quantidade e, por vezes, a qualidade dos cursos, seminários e workshops sobre Líder, Como ser Líder, Os hábitos do Líder  etc. De igual forma, as prateleiras das livrarias estão forradas de textos sobre o assunto.
O Mercado exige líderes competentes devido à acirrada competição e no momento, pela recessão econômica, as características de liderança são mais e mais exigidas. 
E no mundo real, infelizmente ainda predominam o que denomino de “falsos líderes”. Eles se constituem, numa boa porcentagem, os que ocupam posto de mando nas empresas. Não entro no mérito da corrupção, visto que praticamente institucionalizada, pode estar presente ao lado das características do falso líder, que a seguir listo:

 1.       Fez carreira por apadrinhamento (proteção de um superior e não pelas qualidades profissionais). Longe de ser exceção é mais comum do que se pensa.
2.       Fazia muito bem uma determinada função técnica e foi promovido  a gerente de pessoas, continua a tratar gente como números ou parte de um processo.
3.       Vendeu sua imagem de líder, é muito bom para a auto promoção (faz isso como habilidade e é “esperto”) no cargo, pensa nele e somente lá, ‘nos últimos vagões do trem’, pensa que pode estar ocupado com os  seus  subalternos.
4.       Tem a habilidade de “passar a perna” nos mais competentes (normalmente está sempre presente ao lado dos que determinam carreira com “informações preciosas” sobre os resultados negativos obtidos pelos seus pares).
5.        É um tremendo mau caráter. Promove a todo instante o auto engano. Faz-se  de amigo, protetor, colaborador e jamais assume posições (a vitória é sempre dele, os maus resultados sempre têm um culpado, e óbvio não é ele).
6.       Tem medo de concorrência (talvez a característica que mais identifica o falso líder), escolhe para sua equipe sempre os piores, jamais promove os melhores, dessa forma se perpetua no poder (que é para ele a fonte da vida e onde mata sua sede de poder). 
O mundo corporativo está pleno desses falsos líderes. Eles continuam a vicejar nas empresas e constituem-se no grande óbice a pessoas bem formadas, talentosas e que querem progredir. Eu mesmo tive o desprazer de conhecer, ao longo da minha carreira, vários desses falsos líderes.
É comum os verdadeiros líderes terem que se defender dos falsos, vistos que  eles estão nas empresas visando deu benefício pessoal. O tempo que os verdadeiros líderes têm para se manter na posição e trabalhar é, portanto, reduzido drasticamente.  Está aí um dos fatores que prejudicam diretamente os resultados e a competitividade.
Identificar os falsos líderes não é tarefa simples, mas deve ser um dos maiores objetivos de toda empresas, a ordem é fora com eles e, sem dúvida, a saúde da empresa tende a melhorar.

Homens de vendas á beira de um colapso nervoso:

A estagnação da economia brasileira e a pouca luz no final do túnel para reativa-la acabaram por modificar profundamente o papel do profissional de vendas.
Sem qualificar, ou hierarquizar todos os profissionais de vendas, hoje, devem tomar cuidado com a saúde, visto a cada dia serem submetidos a pressões, por vezes insuportáveis. Por quê?  A demanda retrai, o consumidor foge, os preços se elevam, o PIB será negativo (em torno de 2%), mas as Empresas, de um modo geral, não mudam seus objetivos de resultados operacionais. Esses continuam elevados, a direção diz – é assim que os acionistas desejam etc. etc.
Resultado disso:  sempre sobra para alguém, e no mundo corporativo, está sobrando para o homem de vendas.
 Sob pressão diária, mensal e sobretudo semestral, visto que hoje os resultados são assim cobrados, acaba por ser a tábua de salvação ou deve tornar-se um “milagreiro”. Os que não conseguem são demitidos e  os empregadores voltam ao mercado em busca do salvador da pátria. É claro que resultados são importantes, mas  nesse cenário, ou são menos ambiciosos, ou não serão atingidos. Essa é a realidade, mas como se costuma dizer  – “o pessoal lá de cima não quer saber”. É claro que o pessoal lá de cima sabe das dificuldades, mas isso não significa aliviar  pressão. Aprendi que pressão na dose certa é fator motivacional, mas em doses exageradas é mortal. Senhores lá de cima, observem com cuidado o que as outras áreas de competência da empresas estão fazendo, para colaborarem com vendas, estão sendo proativas (marketing, logística, finanças, etc..ou estão assistindo ao “massacre” do bode expiatório? 
Temo, pelo que tenho consultado, que as demais áreas  estão assistindo ao massacre. Resultado final:  todos perdem, uns mais cedo, outros mais tarde.

As coisas, seus Dados e as Mudanças na Indústria

Em 1776, no seu hoje histórico “Riqueza das Nações”, Adam Smith escreveu uma das leis fundamentais da evolução da economia e da sociedade. Segundo ele, em tradução livre, “a melhoria mais significativa na produtividade é efeito da divisão do trabalho”. Vista de outro ângulo, a introdução de novas tecnologias e ferramentas no ambiente de manufatura levou à mudança nos métodos e processos obedecidos pelos trabalhadores, que quase necessariamente tiveram que se especializar em uma ou poucas máquinas. Uma versão da “Lei de Smith”, de fato, é que “mudanças realmente radicais, nos negócios, nunca são apenas tecnológicas”. E Smith já percebia isso no princípio da Revolução Industrial, que começara a menos de duas décadas da publicação do seu clássico, e que iria mudar a produção -e a economia e sociedade- muito mais, nos cem anos seguintes à publicação, do que era o caso naqueles primeiros vinte.
Mais ou menos duzentos anos depois da “Riqueza”, outra revolução começou a afetar a economia e sociedade, a da informação e de sua base, a informática. A década de 70 viu os computadores chegarem nas empresas, em alguma escala, criando uma onda de inovação baseada em hardware; os sistemas de controle nas fábricas são da mesma época, criando a terceira revolução industrial, a de automação da produção (a segunda foi a das linhas de montagem). A década de 80 foi dos PCs, nas mesas das pessoas nas empresas e nas casas, e causou uma onda de inovação de -e em, e sobre- software. Nos anos 90, a internet se tornou comercial e inaugurou a era das redes, conectando instituições e estas às pessoas, mas não as pessoas entre si, o que veio a acontecer nos anos 2000 com os smartphones e a computação e comunicação móvel e pessoal. Nos anos 2010 começamos a ver as coisas, em todos os lugares, serem envolvidas por uma camada adicional de hardware e software, aliada a outra, de conectividade, que mudam o caráter de tudo o que nós, pessoas comuns, costumávamos identificar como produtos.
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Os produtos -de carros a camisas, de lâmpadas a turbinas- estão se tornando cada vez mais intensivos em serviços. Coisas, que costumavam ser passivas, estão passando a ter sensores, atuadores e capacidade computacional que não se imaginava há alguns anos e, no topo disso, começam a se conectar não só entre si, mas a tudo o que já estava na rede. Cinco décadas de inovação (hardware, software, redes, móvel, coisas) começam, agora, a funcionar juntas, na sociedade e na economia, com um grande potencial de impacto em tudo ao seu redor.
E um dos maiores impactos desta nova onda de inovação em informática, das coisas e sua internet, será sentida justamente na indústria. Primeiro -e de menor impacto relativo- porque os ambientes e sistemas de produção têm como base redes (ainda não estabelecidas em sua totalidade e intensidade) de coisas; quando tais ambientes e sistemas forem verdadeiras redes, de conexões, relacionamentos e interações entre coisas, o que costumamos chamar de fábrica se tornará um sistema -uma grande “coisa”- com suas interfaces e funcionalidades, programáveis, consumindo e gerando grandes volumes de dados sobre tudo o que faz.
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Em segundo lugar, as novas coisas que as “fábricas” fazem e farão, quando estiverem informatizadas -sim, estamos na era da informatização das coisas, dos objetos-, vão “falar”, e não só entre si e com seus donos (ou avatares deles, em aplicativos e sistemas de informação) mas, e talvez principalmente, com suas “fábricas”. Imagine as consequências: no primeiro caso, da mudança dentro das fábricas, é mais uma revolução industrial, mudando a forma e objetivo da fábrica em si até o que e como ela produz. No segundo, é a mudança na relação entre o sistema de produção e os objetos produzidos, que deixarão de ser apenas produtos -no sentido atual da palavra- para se tornarem fluxos de informação. Muitos fluxos, por sinal. Alguns deles com o que hoje costumamos chamar de fabricante.
Há quase dois séculos e meio, Smith sabia que não eram as tecnologias que tinham causado o maior impacto na primeira revolução industrial. Agora, já é possível imaginar que algo similar vai acontecer, mas numa outra dimensão. Se a primeira revolução industrial criou a fábrica, a quarta vai acabar com ela. Pelo menos no sentido literal de “estabelecimento onde se transforma matérias primas em produtos”, porque o fabricante terá que fazer muito mais do que isso e, como consequência, seu comportamento, agentes, concorrência e modelos de negócio vão mudar. Radicalmente.
Imagine um cenário (simples, em relação ao potencial das interações entre coisas e seus provedores) em que uma “fábrica” constrói, de forma integrada e a partir de múltiplos componentes e interações com sua rede de produção, um objeto qualquer. Ao despachar tal objeto para sua rede distribuição e comercialização, a “fábrica” haverá de manter um relacionamento permanente com o objeto de sua produção e certamente poderá, entre muitas outras ações, ligar e desligar a “coisa”, como parte de sua garantia e, por sinal, para o bem de seus usuários. Por outro lado, entre os dados que a tal coisa enviará à fábrica, haverá medidas de temperatura, por exemplo, em vários de seus pontos.
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Se o sistema de informação que “cuida” dessa coisa, lá no que se costumava chamar de fábrica, descobre que uma ou mais destas medidas (em conjunto com outros parâmetros) estão muito acima do normal (em relação a um grande conjunto de outras coisas do mesmo tipo) e que, quando tal ocorreu no passado, criou-se uma situação de risco (como um incêndio), o que ele -o sistema- deveria fazer? Entre as várias ações possíveis, a mais óbvia é desligar o produto. Se isso acontecer, recorrentemente, com uma porcentagem significativa de tais coisas… alarmes sistêmicos certamente darão conta de que há algo errado não com uma ou outra “coisa”, mas com toda aquela linha de produtos que, antes que algum acidente mais grave aconteça, deveria ser retirada do mercado. Nem que seja apenas para uma revisão.
Nós vimos isso acontecer com algum produto intensivo em eletrônica (há algum que não é, ou não deveria ser?) recentemente. De airbags a smartphones, entre muitos outros. Se já estivéssemos lá na internet das coisas, airbags -e seus sensores e atuadores, online- não funcionariam fora de suas especificações. Nem smartphones entrariam em combustão (não necessariamente espontânea). Porque, na internet das coisas, os produtos são integrados à produção, intensivos em serviços, e nunca saem, de verdade, da fábrica. Pelo menos é essa a tese.
Como engenheiro, pense: o que haveria de mudar, desde o projeto e produção (incluindo testes) de um objeto qualquer, até o fim de seu ciclo de vida e obrigatória reciclagem, para que a fábrica onde você trabalha pudesse ser competitiva num ambiente de internet das coisas, desde a produção integrada a toda a cadeia de valor até o produto integrado, para sempre, à fábrica? Não é apenas a mudança nos princípios e patamares tecnológicos de sua produção que vai lhe trazer para esse novo cenário, é muito mais uma mudança de modelo de negócio do que era uma fábrica e passará a ser uma rede que (produz, mas, principalmente) entende de e atende a produtos intensivos em serviços.
Por trás de produtos intensivos em serviços, em função dos fluxos de informação criados pelos e para os produtos, há grandes volumes de dados. Dependendo do produto e serviço associados, dados de alguma complexidade, e em tempo real. Ou quase. Dados de uma variedade, volume e velocidade que nenhuma fábrica viu antes, até porque esse não era, nunca foi, problema dela. A fábrica, agora e no futuro, interagindo com o cliente e usuário final, que tem seu serviço -e garantia- online. Pense em muitos milhões de produtos no mercado, cada um fazendo algumas medidas por minuto e querendo “falar” com você sobre elas. Dez mil valores por produto por dia não seria nada de anormal. Para cada milhão de produtos no mercado, dez bilhões de valores a tratar. Por dia.
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Haverá, nesse cenário, dois tipos de fábricas. O primeiro são os fabricantes puros, que usarão a internet das coisas apenas dentro das fábricas, pois que terão clientes (quem compra seu produto) mas não usuários (quem usa o produto, quem o tem e manipula no dia a dia). Estes competirão por preço, sobre qualidade e quantidade. Ninguém, no mundo real, saberá quem são. Por isso que serão, aliás, commodities, como as teles de hoje em dia.
Os segundos serão os provedores de serviço: talvez até fabriquem suas próprias lavadoras de roupa, mas isso não será fundamental. Seus produtos farão parte de uma rede que envolve desde fornecedores de partes e peças para sua montagem, quem os montou, fornecedores de insumos para que a roupa seja lavada, fabricantes das roupas, a distribuidora de energia… e, para cada “coisa”, uma grande variedade de possíveis contextos, com um sem número de agentes.
O problema, aqui, não será de engenharia de software ou de informação, o que é certamente complexo mas não complicado e muito menos impossível. O grande problema serão as mudanças de modelo de negócios. Quem descobrir para que, como, onde, quando e a que custo e preço criar valor, para o usuário final, em função de todos estes potenciais fluxos de dados, estará no futuro da internet das coisas. Parte dos outros será apenas fabricante. E todo o resto deixará de existir. Assim como na primeira revolução industrial. Como, aliás, não poderia deixar de ser, porque a Lei de Smith é universal. Só que aqui, agora, a Lei poderia ser reescrita assim: “o impacto mais significativo da internet das coisas será a transformação de produtos em serviços e sua consequência mais visível será o fim das fábricas”.
Se sua fábrica não tem, ou não está trabalhando em, uma proposta de valor para a transformação de seus produtos em serviços e se você ainda tem algum tempo de carreira, trate de mudar de emprego. Enquanto é tempo. Tipo ontem. E leve em conta que as fábricas, na e da internet das coisas, vão precisar de muito mais engenheiros. De software. Aprenda a programar. E boa sorte.
ESCRITO POR  • 11/11/2016

Europe wants to produce biofuels from sewage

Produce fuel from our sewage?
This seemingly crazy idea can come true. In southern Spain, a technology that uses microalgae is being tested, allowing biofuels to be made from wastewater - wastewater treatment that is very expensive to municipalities. It is a promising sector, but still complex and costly. Called All-Gas (pronounced "algae"), the project, launched in 2011, has just completed its first algae harvest, from the pilot unit located in the purification station of the seaside resort of Chiclana de la Frontera, near Of Cádiz. The plant, which for the time being extends over 200 square meters, aims to treat in 2016 phytoplankton grown on ten hectares and supply 200 cars and 20 trucks to biogas. The responsible for this € 12 million project, which is 60% funded by the European Union, is a consortium of six companies led by Spain's Aqualia, the world's number three water management company.

Industrial scale
"It's the first time in the world that it turns wastewater into biofuel into an industrial-scale, out-of-laboratory demonstrator," said Frank Rogalla, program coordinator and chief innovation officer at Aqualia. "We want to show that this technology is technically and economically viable." At the heart of this experiment is an old, updated water purification technique: the lagoon. In basins of 32 square meters of surface and 30 centimeters deep, microalgae develop naturally through photosynthesis, only revolved by wheels at dawn.
Almost all the ingredients required for efflorescence are present at the site: light, water and nutrients - the nitrogen and phosphorus found in pretreated wastewater. It remains to inject carbon dioxide (CO2), originating from the combustion of green waste. "Algae turns CO2 into oxygen, which allows the development of bacteria, which break down organic matter," says Frank Rogalla. "The whole of this natural ecosystem purifies the water."

High energy consumption
Once the paper is finished, microalgae, as well as part of the remaining organic matter, are harnessed energetically: collected and then placed in digesters, they produce a biogas composed essentially of methane. "I think we're going to fuel our first cars with biogas later this year," hopes Frank Rogalla. For now, with 6 kilos of algae per day, the crops are small. But those responsible for the project want to quickly install new basins. Over time, the planned production of 100 tonnes of algae per hectare per year should allow the annual production of 450 tonnes of methane on site and treat half of the wastewater in the city of Chiclana de la Frontera. This equation could solve the two main weaknesses of biofuels from algae: their energy balance and their cost. For two years now, algae has been promoted by the European Commission to replace agrofuels from rapeseed, soybeans, maize or palm trees, which have been neglected because of a not so favorable balance of carbon and competition with uncultivated land of food. In any case, algae-based fuels, which are not yet produced on an industrial scale, are criticized for their very high energy consumption. "There is still too much energy to be expended for the growth, harvesting and reuse of algae," says Olivier Bernard, a specialist in microalgae at the National Institute of Information and Automation Research (INIA).

Technique feasible until 2020
"In the All-Gas project, energy consumption is limited, because for now we only produce methane, not bioethanol or biodiesel, whose extraction is more complex," says Frank Rogalla. "In addition, the association of algae and bacteria in the lagoons allows a gain in energy compared to the procedures of the purification plants." In the latter, the so-called "activated sludge" purification mode requires an oxygen injection to allow the development Of bacteria, which consumes energy. Already the use of waste water lowers the cost of production of biofuels. "The treatment of the waters of the municipalities provides us with a source of income that amortizes the facilities," says Frank Rogalla. Thanks to this, he expects to sell methane at market price, that is, 40 cents per cubic meter. Another obstacle to be overcome is productivity. "The microalgae that develop naturally in these contaminated environments are not necessarily those that will give more biofuel," concludes Olivier Bernard. "There are still barriers to breaking down before we can produce large-scale fuels from algae. But the promising technique should be viable by 2020. "

Europa quer produzir biocombustíveis a partir do esgoto

Europa quer produzir biocombustíveis a partir do esgoto


Produzir combustível a partir do nosso esgoto?
Essa ideia aparentemente maluca pode se tornar realidade. No sul da Espanha, está sendo testada uma tecnologia que recorre a microalgas, permitindo fabricar biocombustíveis a partir de águas residuais -efluentes cujo tratamento custa muito caro aos municípios. É um setor promissor, mas ainda complexo e custoso. Batizado de All-Gas (pronuncia-se como “algas”), o projeto, lançado em 2011, acaba de realizar suas primeiras colheitas de algas, da unidade-piloto situada na estação de depuração da cidade balneária de Chiclana de la Frontera, perto de Cádis. A usina, que por enquanto se estende por 200 metros quadrados, tem por objetivo tratar em 2016 o fitoplâncton cultivado sobre dez hectares e abastecer 200 carros e 20 caminhões a biogás. O responsável por esse projeto de 12 milhões de euros, que é 60% financiado pela União Europeia, é um consórcio de seis empresas conduzido pela espanhola Aqualia, número três do mundo em gestão de águas.

Escala industrial

“É a primeira vez no mundo que se transforma água residual em biocombustível em um demonstrador em escala industrial, fora de laboratório”, comemora Frank Rogalla, coordenador do programa e diretor de inovação da Aqualia. “Queremos mostrar que essa tecnologia é viável do ponto de vista técnico e econômico.” No centro desse experimento está uma antiga técnica de depuração de águas, atualizada: a lagunagem. Em bacias de 32 metros quadrados de superfície e 30 centímetros de profundidade, microalgas se desenvolvem naturalmente através de fotossíntese, somente revolvidas por rodas ao amanhecer.
Quase todos os ingredientes necessários à eflorescência estão presentes no local: luz, água e nutrientes --o nitrogênio e o fósforo encontrados nos efluentes residuais prétratados. Resta injetar dióxido de carbono (CO2), originado da combustão de resíduos verdes. “As algas transformam o CO2 em oxigênio, o que permite o desenvolvimento de bactérias, as quais decompõem a matéria orgânica,” diz Frank Rogalla. “O conjunto desse ecossistema natural purifica a água.”

Consumo energético elevado

Uma vez cumprido seu papel depurador, as microalgas, bem como parte da matéria orgânica restante, são aproveitadas energeticamente: recolhidas e depois colocadas em digestores, elas produzem um biogás composto essencialmente de metano. “Creio que vamos abastecer nossos primeiros carros com biogás no final do ano”, espera Frank Rogalla. Por enquanto, com 6 quilos de algas por dia, as colheitas são pequenas. Mas os responsáveis pelo projeto pretendem instalar rapidamente novas bacias. Com o tempo, a produção intencionada de 100 toneladas de algas por hectare e por ano deverá permitir a produção anual de 450 toneladas de metano no local, além de tratar metade das águas residuais da cidade de Chiclana de la Frontera. Essa equação poderia resolver os dois principais pontos fracos dos biocombustíveis oriundos de algas: seu saldo energético e seu custo. De dois anos para cá as algas têm sido promovidas pela Comissão Europeia para substituir os agrocombustíveis originados da colza, da soja, do milho ou de palmeiras, menosprezados em razão de um saldo de carbono não tão favorável e da concorrência com as terras devolutas aos cultivos de alimentos. De qualquer forma, os combustíveis à base de algas, que ainda não são produzidos em escala industrial, são criticados em razão de seu consumo energético bastante elevado. “Ainda se gasta energia demais para o revolvimento, a colheita e o reuso das algas”, alerta Olivier Bernard, especialista em microalgas no Instituto Nacional de Pesquisa em Informática e Automação (Inria).

Técnica viável até 2020


“No projeto All-Gas, o consumo energético é limitado, pois por enquanto só produzimos metano, e não bioetanol ou biodiesel, cuja extração é mais complexa”, afirma Frank Rogalla. “Além disso, a associação de algas e bactérias nas lagoas permite um ganho em energia em relação aos procedimentos das estações de depuração.” Nestas últimas, o chamado modo de depuração “de lamas ativadas” necessita de uma injeção de oxigênio para permitir o desenvolvimento de bactérias, o que consome energia. Já a utilização de águas residuais abaixa o custo de produção dos biocombustíveis. “O tratamento das águas dos municípios nos proporciona uma fonte de renda que amortiza as instalações”, afirma Frank Rogalla. Graças a isso, ele espera vender metano a preço de mercado, ou seja, 40 centavos de euro o metro cúbico. Outro obstáculo a ser superado é a produtividade. “As microalgas que se desenvolvem naturalmente nesses ambientes contaminados não são necessariamente aquelas que darão mais biocombustível”, conclui Olivier Bernard. “Ainda há barreiras a romper antes de conseguirmos produzir em grande escala combustíveis originados de algas. Mas a técnica, promissora, deverá ser viável até 2020.” 

Audrey Garric