Por
Rodrigo Conceição Santos – 25.09.2017
Projeto
de R$ 5 bilhões tem terraplanagem e estaqueamento concluídos e deve estar
pronto para operar a partir de janeiro de 2020.
A
construção do maior complexo termelétrico a gás da América Latina, com 1,5
gigawatt de capacidade, ganha forma desde o mês passado, quando foram concedidas
as licenças ambientais para construção. A terraplanagem e o estaqueamento da
estrutura já foram concluídos e as obras civis estão em curso. O projeto tem
custo estimado em R$ 5 bilhões e terá a termelétrica a gás e um terminal de
regaseificação e armazenamento de gás natural liquefeito (GNL). O
complexo é de responsabilidade da Centrais Elétricas de Sergipe (Celse),
uma empresa criada pela Ebrasil e pela Golar Power, sediada nas Ilha das
Bermudas. A Celse foi a vencedora do 21º Leilão de Energia, de 2015, e deverá
construir e operar uma termelétrica de ciclo combinado, com uso de gás e vapor,
e com um sistema de resfriamento através da água do mar. O prazo de concessão é
de 25 anos ininterruptos, a partir de 2020.
Atualmente,
as obras civis estão concentradas na conclusão do canteiro e na construção da
ilha de potência, onde ficarão as turbinas da termoelétrica. Segundo Marylam
Aguiar Sales, gerente de projeto da Celse, a etapa corresponde ao cronograma
geral, o que o faz garantir que em 2019 toda a estrutura estará montada para
comissionamento, avalizando o início de operação na data programada. “O projeto
se divide em três etapas: termoelétrica, transmissão de energia e instalações
marítimas”, explica.
A
transmissão de energia será feita por uma linha que passa por quatro municípios
(33km), até ser integrada ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Trata-se,
segundo ele, de uma linha em 500 kv, que é a tensão exigida pelo leilão, em
circuito duplo, sendo que cada um deles com 1,5 Gw.
Já as
instalações marítimas compreendem o principal ponto de equilíbrio econômico do
projeto, equalizado pelo prazo longo de operação (25 anos) e, consequentemente,
pelas parcerias técnicas formatadas a partir dele, como no caso da General
Eletric, que além de fornecer as turbinas e implementar a usina, passou a ter
contrato de manutenção por todo o período da concessão.
Mas o
principal destaque da etapa marítima é a Unidade de Armazenamento e
Regaseificação (FSRU), que está em construção na Coreia do Sul, pela Samsung, e
deve ancorar no Brasil em outubro de 2018. “Esse é o navio que ficará ancorado
por todos os 25 anos em Sergipe. Ele terá capacidade de armazenamento de 170
mil m³ gás natural liquefeito (GNL), distribuídos em quatro tanques”, diz
Sales.
Também
ligada à etapa marítima está a implantação do gasoduto, com partes on e
offshore que interligarão, por cerca de 6,5 km, o navio FSRU à costa. O
gasoduto a ser implantado será de tubulação de 18 polegadas de diâmetro.
A princípio, esse gasoduto não seria ramificado
para a distribuição de gás natural em Sergipe, uma vez que a distribuidora mais
próxima – a Sergás, de Aracajú – não passa com tubulação pelo local. Marylam
Sales, no entanto, revela o início de tratativas para distribuir o gás natural
ocioso, levando em consideração que existe uma demanda de indústrias da região.
“Também estamos discutindo a possibilidade de ligar o nosso gasoduto ao
gasoduto do Nordeste, que passa a cerca de 10 km de distância”, completa.