Toda novidade atrai, é verdade, mas a
maioria delas não está funcionando, segundo um estudo da GPShopper e da YouGov
As lojas
estão gastando bastante tempo e dinheiro para testar novas tecnologias
sofisticadas, como espelhos sensíveis ao toque em provadores e
assistentes-robôs nas prateleiras para tentar fazer os consumidores comprarem
mais.
Os
clientes não poderiam se importar menos com isso. A loja de materiais de
construção Lowe’s Cos. tem uma “sala holográfica” que permite que os clientes
projetem cômodos usando óculos de realidade virtual.
A
Nordstrom tem um chatbot, o substituto automatizado do atendente humano, pensado
para oferecer aos compradores (tanto on-line quanto na loja física) ideias de
presentes durante as festas de fim de ano. A loja de roupas femininas Rebecca
Minkoff tem paredes e espelhos futuristas com os quais é possível interagir —
uma aposta para facilitar a experiência de compra. Toda novidade atrai, é
verdade, mas a maioria delas não está funcionando, segundo um estudo da empresa
de comércio móvel e análises GPShopper e da empresa de pesquisa de mercado
YouGov.
Por
exemplo, apenas 18 por cento dos mais de 1.000 consumidores consultados acham
que os espelhos inteligentes vão melhorar a experiência de compra. Dentro de
casa, assistentes virtuais como o Echo, da Amazon, e o Google Home também não
estão exatamente revolucionando as compras. Apenas 21 por cento disseram que
seus aparelhos tecnológicos melhoram o processo de compra em casa.
Existe
uma desconexão entre as lojas e os consumidores em relação à tecnologia.
Maya
Mikhailov, cofundadora da GPShopper, trabalha em ferramentas de comércio para
lojas como Crate & Barrel, Lane Bryant e Foot Locker. Ela explicou que as
lojas se empenham muito para oferecer o último e mais sofisticado aparelho,
apostando neles como a grande sacada do momento, mas que as pessoas querem
apenas comprar produtos o mais rápido e facilmente possível.
“Elas
podem estar muito animadas”, disse Mikhailov sobre as lojas, “mas os
consumidores não estão necessariamente tão animados quanto elas.” Em muitos
casos, os consumidores nem sabem sequer que a tecnologia existe. A maioria está
familiarizada com realidade virtual, mas poucas pessoas conhecem, por exemplo,
realidade aumentada — a modificação de um ambiente do mundo real por meio de um
aparelho digital — como a tecnologia da IKEA que permite prever como ficam os
móveis em sua casa.
E poucos
conhecem as chamadas “prateleiras inteligentes”, que podem verificar onde estão
os produtos, precificá-los automaticamente e alertar os consumidores sobre sua
localização.
A rede de
mercados Kroger começou a testar uma versão delas em 2015 e as lojas em geral
fazem experiências com a tecnologia desde o início dos anos 2000.