Boato de vazamento derruba ações da OGX


Rumores não confirmados de que a petrolífera OGX teria deixado petróleo vazar no campo de produção de Waimea, no Rio de Janeiro, provocaram estragos no pregão.

Por Cláudio GRADILONE
Destaque no pregão
 
Rumores não confirmados de que a petrolífera OGX teria deixado petróleo vazar no campo de produção de Waimea, no Rio de Janeiro, provocaram estragos no pregão. As ações da OGX caíram 6,5% em dois dias. Na terça-feira 3, data do rumor, os papéis registraram a segunda maior negociação no ano, com um volume financeiro de R$ 540 milhões, apesar de a empresa desmentir qualquer problema, posição também adotada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). Eduardo Oliveira, da UM Investimentos, avalia que existem mais motivos para a queda no preço das ações. “Os investidores podem estar assustados com os impactos financeiros resultantes dos vazamentos da Chevron e da Petrobras e fizeram um paralelo com a empresa de Eike Batista, vendendo as ações”, diz Oliveira. 
 
86.jpg
 
Palavra de analista:
“Duas corretoras começaram a vender grandes volumes na terça-feira”, diz Rafael Andrata, da Planner. 

Bancos

Banco do Brasil reduz os juros 
 
O Banco do Brasil começou a atacar o spread. O banco anunciou, na quarta-feira 4, que vai reduzir os juros e aumentar a oferta de crédito às pessoas físicas e às pequenas empresas. O banco vai elevar em R$ 26,8 bilhões os limites de crédito para empresas e em R$ 16,3 bilhões para pessoas físicas. “Esse movimento só é possível graças à nossa baixa inadimplência, e vai permitir que ampliemos o nosso volume de negócios”, diz Aldemir Bendine, presidente do BB. As ações caíram 5,9% no dia do anúncio. 
 
87.jpg
Bendine: baixa inadimplência e mais crédito
 
 
88.jpg
 
 
89.jpg
 Quem vem lá

IPO faz valor do BTG subir R$ 3 bi
 
A oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) do BTG Pactual, de André Esteves, pode movimentar entre R$ 2,6 bilhões e R$ 4,1 bilhões. Com o IPO, o banco, que está avaliado entre R$ 23 bilhões e R$ 27 bilhões, pode aumentar esse valor em até R$ 3 bilhões. Serão oferecidos 90 milhões de units. O preço de lançamento varia entre R$ 28,75 e R$ 33,75 e o período para reserva de ações vai de 11 a 23 de abril.
 
90.jpg
 
Fique de Olho: Os atuais acionistas terão o direito de preferência na compra de até 10% das ações vendidas na oferta inicial. Isso é equivalente a até 10,8 milhões de units, ou R$ 310,5 milhões, considerando o valor do piso da oferta.

Saúde

Nova fórmula na Dasa 
 
O executivo Marcelo Noll Barboza deixará a presidência do laboratório Dasa, após três anos e meio na posição. Ele será substituído interinamente por Romeu Côrtes Domingues, atual presidente do conselho de administração, por 180 dias. Em 2011, o lucro líquido da companhia foi de R$ 145 milhões, resultado 3,9% abaixo do registrado em 2010.  
 
91.jpg

 
92.jpg
 Papéis avulsos

Tenda abala as estruturas da Gafisa e as ações desabam
 
O mercado financeiro não digeriu bem os resultados preliminares da construtora e incorporadora Gafisa, divulgados no domingo 10. Até a quarta-feira 4, as ações haviam caído 4,2%. A desvalorização se deve ao prejuízo de R$ 1,1 bilhão em 2011, comparado ao lucro de R$ 416 milhões do ano anterior. A causa do ajuste foram os acertos nas contas da construtora Tenda, comprada pela Gafisa em 2008. Revisão de custos, provisão para distratos e multa por atrasos geraram perdas de R$ 889,5 milhões, 69% das quais originadas na Tenda. 
 
93.jpg
 
A Gafisa informou que quatro mil clientes da Tenda não obtiveram financiamentos imobiliários, o que levou ao cancelamento dos negócios e à necessidade de devolver-lhes o dinheiro. Só esse item causou um rombo de R$ 91,2 milhões. Eduardo Machado, analista da corretora mineira Amaril Franklin, avalia que a situação pode se complicar ainda mais quando da divulgação dos resultados definitivos, prevista para a segunda-feira 9. Para Machado, a incorporação da Tenda foi um erro. “Foi um péssimo negócio, pois a construtora sempre apresentou muita inadimplência e atrasos nas obras.” 
 
94.jpg
 
  
95.jpg
 
Mercado em números

Brasil Foods 
R$ 1,4 bilhão - Foi o lucro líquido da BRFoods no ano passado. O montante é 70,1% superior ao resultado de 2010. 
 
Natura
R$ 830 milhões - Foi o lucro líquido da companhia de cosméticos e maquiagem no ano passado. Esse resultado é 11,7% maior que em 2010.
 
Aliansce
R$ 500 milhões - É o valor que a empresa de shoppings pretende arrecadar com a emissão de notas promissórias. A empresa pagará juros de 100% do CDI mais 1,40% ao ano. 
 
BR Malls
R$ 120 milhões - Foi o valor pago pela administradora de shoppings ,por 50% do Rio Anil Shopping, em São Luís, no Maranhão.
 
Vivo
R$ 120 milhões - Será o montante investido pela operadora espanhola para transformar as marcas Telefônica e Speedy em Vivo.

AES Eletropaulo
R$ 3,39 - É o valor por ação que será pago pela companhia de energia elétrica em forma de dividendo para os acionistas. O pagamento ocorrerá em 15 de maio.
 
Pelo mundo

Executivo do JP Morgan renuncia após multa 
 
O executivo Ian Hannam, presidente do conselho de administração da área de Equity Capital Markets do banco americano JP Morgan, pediu demissão do cargo na terça-feira 3 para lutar contra a multa de 450 mil libras imposta pela britânica Financial Services Authority (equivalente à CVM do Brasil), por uso de informações privilegiadas em 2008. No dia, as ações caíram 2%. 
 
Indústria americana eleva encomendas em fevereiro
 
As encomendas à indústria dos EUA cresceram 1,3% em fevereiro, na comparação com janeiro, para US$ 468,41 bilhões, informou o Departamento de Comércio do país, na terça-feira, 3. As encomendas de bens de capital, excluindo defesa e aviões, são um sinalizador importante dos investimentos, e cresceram 1,7% em fevereiro.
 
Molson compra a cervejaria Tcheca StarBev
 
A americana Molson anunciou na terça-feira 3, a aquisição da cervejaria StarBev, que atua no Leste Europeu, por US$ 3,52 bilhões. A StarBev tem 20 rótulos, e é representante naquela região das marcas Stella Artois e Leffe Lowenbrau. No dia do anúncio das negociações, as ações da Molson subiram 0,9%, para US$ 45,66. 
 
96.jpg
 
 
Personagem

Santander busca eficiência
 
Depois de concluir a integração com o ABN Amro, a ordem no Santander é crescer. A questão é como fazer isso em um mercado consolidado, no qual quase todos os clientes são atendidos por mais de um banco. A estratégia, agora, será aumentar a intensidade  das relações com os clientes já existentes. Carlos Galán, vice-presidente financeiro do banco espanhol, conversou com a DINHEIRO:
 
97.jpg
Carlos Galán, vice-presidente de finanças: avanço no mercado.
 
O Santander concluiu sua integração com o ABN Amro. Quais os novos passos da estratégia?
Ainda temos de melhorar nossos índices de eficiência, o que significa tanto reduzir custos quanto aumentar nossos lucros. As margens financeiras de 2011 estão melhores do que as do ano passado, mas ainda precisamos avançar nisso. 
 
Isso quer dizer acelerar no crédito?
Sim, mas com critério. Nossa meta é crescer com saúde, ou seja, crescer em linha com o comportamento do mercado, sem exagerar na alavancagem. Nossa estratégia com relação ao crédito tem sido um pouco mais cautelosa nos últimos anos, e isso permitiu que superássemos as crises sem sobressaltos.
 
Como melhorar o resultado, então?
Sabemos que a maioria de nossos clientes possui outros relacionamentos bancários. Isso é normal, dado o acentuado nível de concorrência no mercado. Por isso, lançamos um projeto que chamamos de “3.1”. O princípio é simples: em três anos queremos ser o primeiro banco dos nossos clientes. Para isso, estamos nos fortalecendo em áreas estratégicas.
 
Quais, por exemplo?
Uma delas é a adquirência, ou seja, o serviço de capturar e processar transações eletrônicas realizadas por meio de cartões de débito e crédito. Nossa empresa de adquirência, a GetNet, está estruturada para concorrer no mercado e ampliar as bases de clientes tanto pessoas físicas quanto empresas.

0 comentários:

Postar um comentário