O Burger King está bem na chapa


Comandada pelo brasileiro Bernardo Hees, a rede de fast-food americana vende 29% de seu capital por US$ 1,4 bilhão.

Por Rafael FREIRE
Em agosto de 2010, os empresários brasileiros Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, donos do fundo de investimento 3G Capital, pagaram US$ 4 bilhões para assumir o controle da rede de fast-food americana Burger King. Deram US$ 1,2 bilhão em dinheiro e assumiram dívidas de US$ 2,8 bilhões. Um ano e oito meses depois, os três mostraram que ainda fazem jus à fama de multiplicar os seus negócios. Na terça-feira 3, a trinca vendeu uma fatia de 29% do Burger King por US$ 1,4 bilhão para a Justice Holdings, grupo de investidores estrangeiros com sede do Reino Unido. Os brasileiros, com 71% do capital, continuam no controle da empresa. 

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Hees, CEO: sob seu comando, o lucro da empresa cresceu 80%.
 
Mais: anunciaram que a companhia voltará à Bolsa de Nova York, depois de terem fechado o capital do grupo em setembro de 2010. A transação deve ser concluída entre 60 e 90 dias. Desde que assumiram o comando do Burger King, a 3G Capital implantou o estilo de gestão que fez sucesso em empresas administradas por Lemann, Sicupira e Telles, como ALL, AB InBev e Lojas Americanas. “A marca registrada da 3G Capital é cortar custos com uma boa dose de meritocracia”, afirma Enzo Donna, diretor da ECD, consultoria paulista especializada em serviços de alimentação.“Eles colocaram a casa em ordem.” As medidas adotadas incluíram a troca de executivos, reestruturação da rede de fornecedores e reformulação do cardápio.  
Os resultados dessa estratégia são animadores. Em 2010, o Burger King faturou US$ 2,4 bilhões e lucrou US$ 60 milhões. No ano passado, primeiro ano completo sob gestão do grupo, a receita caiu  para US$ 2,3 bilhões, mas o lucro quase dobrou, chegando a US$ 107 milhões. No Brasil, a operação do Burger King foi assumida pela gestora de recursos Vinci Partners, do banqueiro carioca Gilberto Sayão. Não sem polêmica. Os antigos franqueados, como o BGK, do pecuarista Luiz Eduardo Batalha, que havia trazido a rede para o País em 2004, se revoltaram por não terem sido consultados sobre a entrada da Vinci, a quem se negaram a prestar contas. Pouco tempo depois, o BGK, dono de 78 lojas, foi comprado pela gestora de Sayão, por estimados R$ 200 milhões. 
 
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